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Terroir: o sotaque da terra no sabor

Atualizado: 13 de jun.


Etapa de secagem do café na fazenda Latitude 13, com grãos espalhados em terreiro sob o sol da Chapada Diamantina

Tem café que fala mais do que a gente imagina. E tem um jeito especial que ele encontra pra contar sua origem: o terroir.

 

Essa palavrinha francesa, difícil de escrever e deliciosa de sentir, é o que dá sotaque ao café. É o que faz um mesmo grão, plantado em lugares diferentes, contar histórias diferentes. O terroir é isso: clima, solo, altitude, umidade, insolação... tudo o que a natureza oferece e que, somado à forma como o produtor cuida do grão, deixa marcas invisíveis (mas totalmente perceptíveis) no sabor final.

 

Se um café parece ter o frescor de uma fruta, a acidez elegante de um vinho ou a doçura discreta do mel, pode apostar: é o terroir se expressando. E tem mais: terroir não é só onde o café nasce. É como ele vive. É a paciência da colheita manual. É o tempo seco na hora certa. É o frio da noite ajudando o açúcar a se concentrar no grão. É o silêncio da lavoura se transformando em aroma.

 

Só que nem todo terroir é preservado. Muitas vezes, no caminho entre o campo e a xícara, ele se perde, esmagado por processos industriais, por torras agressivas, por pressa. É por isso que café bom precisa de tempo. De cuidado. De intenção. Terroir é delicado como perfume: se não for respeitado, evapora.

 

Quando a gente fala que café é como vinho, não é exagero. É ciência. Um Catuaí cultivado no sul de Minas não é o mesmo Catuaí cultivado na Chapada Diamantina. O nome do grão até pode ser igual, mas o sabor não é. A diferença está na terra, no tempo, no trato. Terroir é aquilo que você não vê, mas sente. É o que dá identidade a cada café especial. É o DNA da bebida.

 

E é por isso que respeitar o terroir é uma das missões da Latitude 13. Porque a gente acredita que a terra fala, e que o papel do produtor é não atrapalhar o que ela tem a dizer. Por isso, nossos grãos são colhidos com calma, secados com cuidado e torrados no ponto certo: pra preservar a origem, valorizar a essência e entregar, na xícara, um café com alma.

 

 

 

​​O resultado dessa cadeia de cuidado está na xícara. É quando você sente um toque de fruta madura, um fundo de chocolate, uma acidez sutil que desperta o paladar — e entende que tudo isso começou lá atrás, no pé da planta, no compasso das montanhas, no tempo da Chapada.

 

Porque quando falamos em terroir, não estamos falando só da terra. Estamos falando da nossa terra. Da Chapada Diamantina, onde o café nasce com alma, cresce com calma e carrega, no sabor, a assinatura do lugar de onde veio.

 

Lá no alto, entre serras e vales, o clima é mais ameno, as estações são bem definidas e a altitude chega a mais de mil metros, o que faz toda diferença para o desenvolvimento do grão. As noites são mais frias, o que desacelera a maturação e intensifica os sabores.

 

E o solo, rico e bem drenado, ajuda a cultivar não só café, mas identidade. É por isso que, na Chapada, o café não é só bom. É único.

 

No próximo post, a gente mergulha fundo no terroir da Chapada Diamantina. E mostra por que esse lugar não só cultiva café — cultiva identidade. Já já a gente volta com mais um gole dessa prosa boa.

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